WAR & PEACE – two sides of the same coin

In this confusing world of ours it is almost impossible to have the least premonition of what is in store for us. Everything seams to be working against us , against the most essential stability of our lives. Most of the population in the world is living in fear. And it is not just  a cultural question due to the media though, for political reasons, they assume an important role in the maintenance of that feeling .

This sensation of living in a strenuous world is not exclusive of those who inhabit the most poor regions of the globe and are subjected to the worst kind of political abuses, or those who though living in rich countries cross their lives without getting not even the   essential and, even so, fear to loose what they have. We see it everyday in the faces of those  men and women whose few belongings were destroyed by natural calamities,  fire or  those stupid revolutions that are taking place all over the world to conquest some vulnerable political power. The same is ‘attacking’ the highest spheres of societies. All those women ( Amanpour’s fashion) trained in the CNN school of enthusiastic way to choose, transmit and insist in the same themes and   propositions are invading most of TV news canals all over the world, using the same expressive look and arm balances to reinforce the words they talk and the opinions they get, though essentially directed to high middle class groups and finance entrepreneurs, driving them amid a lot of quotidian frightening suppositions that after being so much talked about are, unfortunately , being taken to performance.

We are being told to be afraid of a lot of common foodstuffs, afraid of a lot of illnesses whose frightening percentage is given us everyday and by all means, we fear the sun, we fear to walk on the street and being runned over by a terrorist’s car – even if we do not know whose terrorists ‘they’ are referring of- , we may be found of democracy but we fear not to vote correctly and fear the consequences, we, in same cases,  even fear family and the neighbour next door because we are being trained to mistrust.

The fact is that there is a war inside each of us. A war that is not real, that may be about to be real, may never happen. War against poverty, against wealth, against cultures and genetic differences, between  the long lived ‘grey generation’ and the youngsters with little hope in the future, between those who produce goods and those who get their jobs in services, between the science of man and the wisdom of God, between theoretical performances and the strength of reality.

Peace and War seem to be part of the dynamic of Creation. Even between our ancestors Adam and Eve the ‘romance’ began with war. The peace of love always begin with a state of war. However, like it happens with death – that though all of us are sure that our time will come a healthy mind don’t think constantly on it – this dihcotomic problem only enters our minds because someone, somehow, by some means and with some intentions put it there.

It is on us to defend the peace of our minds and avoid to take for true and carry on all the stuff the media industry on the service of whatever objectives insistently fire on us.

Listen to music, walk beautiful places, and pray mother Nature to “bless the waters, the flowers and the butterflies that flow in the woods ”.  In the mean time do not be afraid but cautious . Bring children with love, courage and the sense that a better world depends on them. The present is too short to be spoiled and the future depends on God, whatever the name you use to mention Him.

SOS Europe!

Iberia is in danger! Do something before Spain decide to built a wall along the frontier and the Ocean turn to be again our only way to the open world! We have a very tired and weak people that doesn’t know how to discard the awful gang of politicians that seem to have arrested power forever. Most of them are old, stupid and ridiculous but no one dares to say so. Send someone to help. God seems to have forgotten us!

Inqualificável

Só num país como Portugal, habitado por um povo como o povo portugues é possível serem toleradas as mais miseráveis estratégias em desfavor da oportunidade de proporcionar ao povo nao apenas os elementos que permitam a avaliaçao real do momento político, económico, financeiro e social que se vive e paira no crescente descontentamento da grande maioria, como se gerou em crescendo a ideia, aliás bem sucedida, de que baralhando as ideias dos poucos que ainda tem tempo e meios de se dar ao trabalho de pensar – mas que perante afirmaçoes, desmentidos, avanços, recuos, promessas, desmentidos, delegaçar de responsabilidades, enfim, uma lista interminável de mentiras, farsas, desonestidades intelectuais e materiais  – se veem perdidos em conjecturas subjectivas em vez de fazerem uma avaliaçao séria do que está acontecendo a este país neste tempo da sua história, mesmo pondo de parte saudosismos de qualquer ordem ou perspectivas sobre o futuro.

“Um dia de cada vez” é o lema dos portugueses. Lema que nada tem que ver com “o pao nosso de cada dia” da oraçao crista ~ a qual remete para o empenhamento na missao crista por Deus confiada a cada um de nós – mas na resignaçao face ao desleixo, incompetencia, ausencia de consideraçao, descaradas mentiras com que somos bombardeados.

Em Portugal pode, sem mentir, dizer-se que nada vai bem, excepto na arrogancia descarada do primeiro ministro, que governa ‘à vista’, atirando barro à parede para ver o efeito e delegando nos acólitos responsabilidades que deveriam emanar dele e que, no fim da linha, quando o ‘gabinete’  dele já nao tem como safar-se, terminam dando poderes de decisao às Camaras, cujos meios dependerao da orientaçao politica que professarem . A isso chama Costa de ‘regionalizaçao’ num contexto democrático que ele acha que lhe vai bem e ajudará a orientar as convenientes opçoes no próximo acto eleitoral.

O que se está a passar com a comunicaçao social, maioritariamente com os canais radiofonicos e televisivos do Estado, que sao pagos por nós – embora os outros, no intuito de nao perderem audiencias ,se esmerem na contrataçao de comentadores e na vigilancia de uns reporteres de ocasiao  – é uma afronta à inteligencia dos portugueses e uma robusta risada com que no exterior é visto o anedotário portugues.

O ‘caso Bruno de Carvalho’ – que preenche há dias os boletins informativos acessíveis à maior parte da populaçao e é repetido ao longo dos dias até à saturaçao é UMA VERGONHA NACIONAL!

Nao pelo pobre Bruno – amado por uns e odiado por outros, que deveria talvez estar a tratar-se cá ou no seu país de origem de uma complicada desordem psicológica causada muito provavelmente por exageros deliberativos – mas pelo grau de mediocridade a que, com a preciosa e lastimosa colaboraçao dos media, as instancias governativas podem chegar.

Analsemos:

  • o futebol e o seu mundo interessarao, já com generosidade estatística, a uns 20% dos portugueses
  • dessa percentagem, talvez 5% sejam do Sporting sendo que entre esses, por motivos que desconhecemos , embora nos venham sendo dadas ‘pistas’, existe uma divisao centralizada no ’notorious’ Bruno

Que razao pode existir para que a esta ‘telenovela’ seja dado o relevo mediático  que supera todos os assuntos sérios que deviam estar na agenda noticiosa dos meios de comunicaçao social?

Só pode ser por amor! Para que se volte a página sobre as contribuiçoes sociais para as vitímas dos incendios, para que se esqueça o clamoroso e anedótico caso das armas roubadas de que jamais teriamos tido conhecimento nao fora a imprensa espanhola dar notícia do caso,

Marcelo pediu, dir-se-á mesmo que exigiu, urgencia no cabal esclarecimento de ambos os casos, “doa a quem doer”, maioritariamente no caso das armas de Tancos que, pela sua relevancia, ameaçava fazer esquecer qualquer outro dos eventos anteriores em que esta governaçao e suas muletas tem sido profícuos.

Como foi possível que, em total desrespeito pelas prioridades enunciadas pelo Presidente, o caso que empolga a Naçao  (que o petit Macron me perdoe o nacionalismo) seja a miserável disputa que divide um clube, que só interessa aos sportinguistas, que podia e deveria ser visto e discutido nos canais de desporto?

Só mesmo o desejo de nos poupar as cabeças, repletas de problemas que se avolumam sem soluçao, contidos esses por promessas eleitoralistas que é bom que nao nos questionemos sobre os meios existentes para as cumprir.

Nesta salgalhada política geringonceira tudo vale. Com o OE aprovado na generalidade, com as angelicais e oportunas reservas do BE e o estafado mas resistente Jerónimo a apostar na discreçao, um caso como o  ‘Bruno & Mutafá’ surge como um golpe salvador.

De repente todos estao prontos a alimentar a extensao do caso e, por menos despudorados que sejam, a ficar mal vistos perante a opiniao pública. Até porque sabem que estao a ser a esponja que era urgente passar sobre eventos de verdadeiro interesse nacional. A abnegaçao deles acabará por ser recompensada, como aliás se começa já a vislumbrar. É mesmo possível que se a estratégia resultar venham a ser merecedores de uma condecoraçao pelos serviços prestados.

“ Do nada fica nada. Do tudo sempre fica alguma coisa”

Na Antiguidade os gregos apenas consideravam digno de castigo o erro produto da ignorancia e votado à inutilidade. O que resultava da Razao posta ao serviço de um bem maior, ainda que perante o mundo se pudesse traduzir em crueldade, era tido como resultado do génio e da coragem do herói.

Reconhecer o génio exige dedicaçao e fé porque o Génio se vai manifestando através de uma estratégia que nem o próprio conhece, um encadeado de acontecimentos, descobertas, oportunidades, contactos, arrojo, coragem, sugestoes que nem o próprio se atreveria a aprovar mas que surgem como indispensáveis no caminho para um fim que se vai desenhando confusamente antes que se torne claro e acessível ao mundo onde se irá concretizar. Pelo meio tem também lugar sofrimento resultante do encontro do ser que foi com o ser que está sendo.

O Génio exige tempo, paciencia, sacrifício e a compreensao do próprio, tantas vezes sentindo-se alheio a aquilo que protagoniza nessa teleologia que o abraçou.

Há dias, lendo um artigo sobre Bento XVI – espírito que nunca me cansa e leio e releio na simplicidade profunda que torna o seu pensamento acessível a qualquer um – escrito num jornal britanico à data da sua resignaçao sob o título “ A humble pope” encontrei uma frase que define de algum modo o que se sucedeu e está sucedendo. Diz o articulista: “Chief among the misunderstandings of Benedict’s pontificate  are those that cluster around the unhelpful label of ‘conservative’. He is far too astute a scholar  and too modern a churchman  for such a label to be of much use”.

(…)

“In fact, under Benedict’s leadership, the celebration of Mass, the ’source and summit’ of Catholic life, has begun to mirror more faithfully the reforms that the Second Vatican Council intended. Beauty is back in season, and millions of Catholics around the world are embracing this change with gratitude.                                                                                           For the intellectuals of many faiths who admire him, Benedict is a profound religious thinker in the Augustinian tradition, according to wich the longing for truth is innate and universal and the various disciplines of philosophy, theology and the natural sciences all have as their ultimate aim a personal union with truth”  Carol Zaleski- Feb. 13, 2013.

 

 

CRAVOS, CRAVAS E CRAVINHOS

 
Portugal é, sem dúvida, actualmente o maior contribuinte para o anedotário político europeu. Consta mesmo que está para publicaçao um opúsculo com os episódios mais hilariantes que a classe política deste país vem proporcionando ao mundo, com isso contribuindo nao apenas para a florescente e considerada inesgotável indústria do Turísmo – na medida em que sao muitos os que por baixo custo querem conhecer este povo que tao pacientemente atura tanto disparate – como mantém acordados os parlamentares, esses de alto custo, que povoam os areópagos de Bruxelas e Estrasburgo.
“Faute de mieux” sempre Portugal lhes fornece diariamente, por entre as várias preocupaçoes que há que encobrir e tentar resolver, alguns motivos de paródia, menos nocivos contudo do que a ideia deixada pelo ‘late’ ministro que acusava os políticos de alguns países mediterranicos de gastarem as verbas europeias consignadas em ‘mulheres e vinho’.
Nada disso! Portugal gasta tudo em flores. Acontece é que cada espécie aproveita à sua maneira os adubos. Os cravos sao a nossa flor preferencial, florindo nos manjericos pelo Santo António, santo que nunca nos abandona e que, com Maria e o Menino, intercede por nós.
Assim, tivemos primeiro os ‘cravos’ – espécie que inundou surpreendentemente a capital como só terá acontecido na primavera de Praga -, seguiram-se os ’cravas’, espécie muito resistente e que se transplantada floresce e se multiplica com exito em qualquer clima -, e os ’cravinhos’ uma espécie geracional nascente que está sendo apresentada como bastante adaptável, tendo a seu favor alguns sinais dados pela espécie de onde emergiu antes de ter sido ambientada em diversas estufas. Veremos. Tudo depende do clima e da resistencia da planta às condicionantes.
Os últimos episódios – e sao tantos e sobrepostos com tal arte e variedade que temos enorme dificuldade em rete-los! – sao, mesmo contando com a habituaçao, preocupantes pelo desleixo e disparidade dos comentários que suscitam às mais gradas figuras políticas, umas falando do imperativo de tudo esclarecer ‘doa a quem doer’ e, simultaneamente, da ‘necessidade de virar a página’ sobre o escandaloso tema, outras respondendo à ansiedade dos jornalistas com a probabilidade de, tratando-se de um facto histórico nada pouco comum, o desvendar dos vários mistérios que compoem a farsa poder vir a demorar décadas.
Sobre todos este ‘luxo’ o governo, entalado entre algum bom senso interno do partido e as clamorosas ideologias dos que Costa pescou para o apoiarem e que, sempre imbuídos das melhores e mais solidárias intençoes sociais em favor dos mais desfavorecidos vao assistindo com passiva indignaçao à privaçao a que estes estao a ser votados ao desespero em áreas essenciais (como a Educaçao, a Saúde, os Transportes que conduzem aos empregos os que os teem e procuram mante-los ) e que sao aqueles em nome dos quais lhes sao proporcionados os bem pagos lugares na AR, nos ministérios, nos sindicatos, etc., etc., etc.. Curiosamente, todas as lutas que generosamente promovem e lapsos que aceitam apenas prejudicam os que frequentam o Ensino Oficial, se tratam em estabelecimentos de Saúde públicos, utilizam os transportes públicos e nao estao a par das mais recentes inovaçoes tecnológicas. O que nao significa que aos restantes, aos que poderiam criar riqueza e empregos, nao sejam infligidas outras preocupaçoes sobre o desastre, mas mais por incompetencia do que por antipatia, O convívio com ricos e potenciais poderes sempre agradou aos que desejam ser como eles embora finjam desvalorizá-los.
A ‘resiliencia’ – termo que, com ’narrativa’, vem marcando esta época histórica que ameaça geraçoes – demonstrada por este povo sereno, paciente e acolhecor que os estrangeiros tanto apreciam, é admirável.
Hoje, assistindo ao habitual debate entre Marçal Grilo e Nobre Guedes – durante o qual a condescendencia da moderadora parece ser ilimitada em favor de Grilo, que vem aproveitando para fazer longas apreciaçoes sobre todos os temas e interrompendo Guedes sempre que lhe apetece – pasmei uma vez mais com o à vontade como numa televisao pública há quem se de ao luxo de se pronunciar desfavoravelmente sobre o presidente eleito num país irmao á beira do abismo da desgovernabilidade e de que Portugal tem, tanto lá como cá, enormes contingentes populacionais.
Obviamente que os que para cá. ou para outros países, migraram – a menos que sejam perseguidos políticos…- só poderiam votar Bolsonaro.
O PT teve as suas oportunidades e está à vista como as aproveitou. Agora o resto é com Bolsonaro, que patrioticamente sacrifica a saúde em favor de uma desejada viragem, e com o povo brasileiro, este já com maturidade suficiente para nao se deixar levar por sambistas.
O mesmo se passa com as apreciaçoes sobre Trump – presidente de um poderosissimo País onde vivem tantos portugueses – que poderao agradar à persistente e ‘looser’ Mrs. Clinton, ao New York Times e à CNN mas que de momento deveriam merecer um certo bom senso… pelo menos!
Por cá a boa nova é o surgimento de um novo partido que se for como o vejo será uma verdadeira Aliança em vez de uma busca de coligaçoes.
A terrível ‘extrema direita’ – que nao existe a nao ser na fértil imaginaçao da ‘moderada esquerda’ – tem tudo, mas TUDO, para, sem se desviar das medidas que sao próprias a cada um, e de que Portugal e o seu Povo tanto necessitam, transmitir serenamente a todas as classes sociais os factores de esperança que poderao mobilizar o País. E, se o fizerem com verdade e sem as demagogias meramente eleitoralistas do actual governo, nao será difícil, mesmo com os apoios com que o Costa tem contado, atingir uma confortável maioria de centro-direita de que a ‘moderada esquerda’ só poderá beneficiar se trocar ideologias pelo bem estar seu e dos seus filhos que, ao contrário do que possa parecer, é menos que provisório.
 
É óbvio que, exceptuando o que consta dos noticiários, o País está descontente. Todos os grupos sociais, independentemente dos partidos em que miiitam, mais por necessidade de pertença e esperança de apoio do que por convicçao, aspiram a alicerces que suportem o desenvolvimento de um país que nao produz nada para além de palavreado e mentiras e ilude o futuro com esperanças que nao existe mundo que possa sequer prometer.
É tempo de os portugueses começarem a pensar nas suas vidas, no confronto das realidades com as ‘fábulas’ que pagam por um preço exorbitante aos que, dizendo servi-lo, se servem a si próprios, e aos que roubam dignidade aos lugares que ocupam através de cenas de ‘revista à portuguesa’ que, creem, lhes serao favoráveis se e quando o desejarem.

ALIANÇA – uma boa nova na democracia portuguesa

Ao contrário do que os empenhados na governaçao deste empenhadíssimo e desgovernadíssimo País tentam fazer crer – através de falsidades, mentidos, desmentidos, promessas sem suporte para serem críveis, sorrisos fáceis para uma comunicaçao social que parece diariamente treinada para o ‘politicamente correcto’, demostraçoes afectivas, confusas declaraçoes usando frases que de tao gastas já cansam, do desejo superiormente explicitado de ser urgente o ‘virar de página’ de temas que se eternizam  e que podem por em causa esta paz pantanosa que favorece o Turismo como a única actividade económica que vai oleando a geringonça – a grande maioria do Povo Portugues, incluindo muitos dos que viram com bons olhos a constituiçao desta confusa ‘coligaçao’, desespera, ao ver-se confrontado diariamente com episódios que nos chocam, nos envergonham, que aos olhos da comunidade internacional fazem de nós meros bobos de uma triste comédia. A manifestaçao das Forças de Segurança frente á Assembleia, contida pela identidade das forças em presença, deixou a ideia de uma agitaçao latente em crescendo.

Daí que o anúncio do surgimento de um novo Partido Político seja mais do que oportuno, seja uma boa nova!

A verdade é que, contrariamente ao que muitos pensam, o que falta na política portuguesa nao é a Direita nem a Esquerda. Temos uns laivos de Direita – que a esquerda gosta de apelidar de ‘extrema’ para dar maior relevo ao seu próprio posicionamento – e um Esquerda frouxa, servil, dividida nas mais diversas obsessoes, que tem como tarefa a acalmaçao dos que nela confiam, poucos e bastante divididos no estilo e nos propósitos. Tudo é enganador!

O que vem faltando no espectro político portugues é um verdadeiro CENTRO, vertical, patriota, moralisador sem ser moralista, honrado, capaz de assumir as verdades por mais difíceis, servidora do País e do seu povo em vez de deles se servir.

A ALIANÇA, nao prometendo mais do que aquilo que qualquer povo merece ao pensar o futuro,  conjuga uma série de aspectos que cremos serem susceptíveis de nos devolverem a esperança de que parece terem conseguido fazer-nos desistir

  • trata-se de um ramo da velha e genuína cepa que foi o PPD, enxertado com a imprescindível actualizaçao que os compromissos e o mundo exigem repensar e ter em conta
  • nasce, sem atrito, de um conhecido combatente do PPD que nao deixou rastos negativos nos lugares que ocupou e assumiu com responsabilidade os cargos em que foi acometido, apesar das dificuldades com que o PS e seus apaniguados camarários tiveram o cuidado de lhe barrar o caminho
  • Santana já nao é o jovem tribuno que questionava as massas indolentes que fermentam na política portuguesa mas que, para além de gozar de um considerável número de apoiantes nao despiciendos, será um digno representante de Portugal na esfera internacional
  • Porém, acima de tudo, a ALIANÇA surge no momento exacto e, sem pretender ver nisso qualquer espécie de conluio, acontece na confluencia de decisoes de algumas figuras políticas da área do Centro Democrático no sentido de tomarem a patriótica decisao de porem o País à frente dos seus interesses pessoais.
  • Sem mencionar nomes dos que abandonaram, tao imaculados quanto possível, o que os ligava a ‘esta política’, e sem mencionar os daqueles que abandonaram os seus ‘lugares de conforto’ – quer por já terem abandonado a actividade política activa, quer por terem garantidos lugares que lhes trariam mais satisfaçao pessoal e menos incómodo social, quer os que propiciam o clima de pacifidade necessário para que as coisas aconteçam sem disputas de poder – creio  poder dizer-se que estamos em presença de um sereno movimento cuja única preocupaçao é servir o País, pensando nao apenas no passado que nos moldou, nem no presente que nos tem cativos, mas num futuro que urge viabilizar por amor das geraçoes mais jovens e dos que veem sendo habituados a viver das parcas esmolas que uma governaçao de olhos focados nos resultados eleitorais – para poderem dar continuidade ao desbarato do que já nem sequer existe senao virtualmente  – e que o quer fazer pacificamente num momento em que a agitaçao dificilmente se vai refreando.

Para trás ficam os muitos que souberam habilmente servirem-se em benefício pessoal do que a Política pos ao seu alcance. Que descansem em paz e que o dinheiro lhes seja leve

Bem haja a ALIANÇA!

Sobre a Velhice

Ontem, vendo Adamo numa actuaçao que terá tido em Lisboa, dei comigo a pensar que entre os valores de uma nova mentalidade que alguns grupos e tribos institucionais veem alimentando e já se aceita como um acerto com o Tempo – em que por um lado o passado é nada mais do que pormenor histórico e por outro há um frenesi, quase histerismo, de o fazer render – a idade avançada, ou seja, a velhice, se quer impingida como um valor em si, nao pela sabedoria que dela eventualmente possamos ter extraído, mas porque há uma casta de velhos que se auto-promove como eternamente aptos a ‘dar cartas’ em paralelo com as geraçoes mais novas.
Adamo, que foi um dos cantores da minha juventude, quando as cançonetas francesas ainda nao tinham sido abafadas pela musica de expressao inglesa e pelos meios de persistentemente a divulgar utilizados pelos americanos até que lhe fosse atribuída uma qualidade que verdadeiramente talvez nunca tenha tido.
Acontece que, quanto a mim ,Adamo nunca terá atingido a grau máximo da cançao francesa do passado século. Ve-lo reaparecer, envelhecido e gasto, servindo-se da entoaçao romantica e modesta que tanto agradou aos fans, nao acrescentou ao presente nada que abrilhantasse o que já era memória. Muito pelo contrário. Adamo nao é, nunca foi, um Maurice Chevalier que manteve uma juventude de espírito em que a simples presença secundarizava a qualidade da voz.
É óbvio que os velhos cantores precisam viver e que, as geraçoees mais novas lá vao vivendo devido às ‘palas’ e outros eventos mediáticos onde a juventude gasta o que lhe nao é dado ganhar e ‘abana o capacete’ e os braços como suplemento de consumo de uma energia que o país nao arranja modo de aplicar, já que os serviços que as tecnologias e o movimento turístico proporcionam é pouco motivador. Os velhos nao lhes roubam espaços de actuaçao enquanto vao satisfazendo – ou entristecendo…- a larga maioria de populaçao idosa que prevalece no país, ora entretida em academias e universidades de ‘terceira idade’, ora passando o tempo pelos jardins, ora engendrando estratagemas de toda a ordem para influenciar sectores chave da sociedade pertencentes a um tempo que já nao é o seu. O facto está à vista todos os dias na política, na religiao, e em outros sectores onde a sua influencia e capacidade financeira os mateem, amparando-se em uns tantos das geraçoes mais novas que tiveram o cuidado de amparar a seu tempo. Daí que as cançonetas do Adamo ou do Tordo sejam pormenores insignificantes na ocupaçao dos espaços culturais ao dispor.
Impressionante é que dá ideia que tudo isto surge integrado numa calcinada mentalidade que se propoe continuar até à morte na busca daquilo que chama de ‘felicidade’ e que, pelos vistos, nunca terá conhecido apesar do longo tempo já vivido.
Conselheiros de toda a ordem procuram, se nao tivermos o cuidado de fugir deles, impingir-nos as mais diversas medicaçoes sociais e espirituais que, segundo eles, nos conduzirao à plena realizaçao da nossa liberdade e farao de nós as pessoas felizes que eles, pelos vistos, nunca conseguiram ser.
Pior ainda quando isso serve para camuflar argumentaçao que visa auto-justificar o injustificável perante os próprios e cansarem-se a procurar descobrir, embora tardiamente, se é o destino que faz de cada um de nós aquilo que somos, ou se somos nós que pelas nossas escolhas fazemos o nosso destino…
Só lhes podemos desejar que por Deus lhes seja dada a oportunidade de saberem em que consiste a Felicidade.

Shame on you AMERICA!

A visao que temos do papel dos EUA no mundo pode ou nao ser coincidente com a de Trump, o milionário com interesses em vinte e oito países que resolveu sair da sua zona de  conforto para tentar dar uma reviravolta na política que os States veem seguindo há décadas e com a qual, diga-se, nao só nao se deram mal como projectaram no mundo a imagem de um olhar atento a tudo o que desviando-se dos seus auto-proclamados valores fosse contrário aos seus interesses.

Sacrificada por duas guerras e tendo a Leste a ameaça comunista, a Europa – grata pelo papel desempenhado pelos States na vitória dos Aliados e pela ajuda proporcionada pelo Plano Marshall – foi ensinada a respeitar os EU pelo seu poderio bélico e admirá-los pelo maravilhoso “American Way of Life” que lhe chegava numa coloraçao de felicidade tendo como fundo musical as ‘smooth’ cançoes de amor que ficavam no ouvido para lá da projecçao das imagens.

TRUMP atreveu-se a ver a América, a ‘sua’ América, com outros olhos e a por um ponto final na obtusa situaçao da ‘guerra fria’ com que os grandes investidores americanos em armamento, bem representados na política,  foram moldando as mentes do povo americano no pavor de uma ameaça comunista – remotíssima, atendendo à génese da naçao americana -, e no incontestável dever de defender nao apenas os EUA de tal ameaça mas também todo e qualquer país onde vislumbrassem qualquer indício, real ou imaginado, de ameaça comunista. Nessa ‘convicçao civilizacional’ investiram para lá do imaginável em armamento e em vidas humanas. Mesmo nem sempre compreendendo as suas intervençoes, simpatias e antípatias, o mundo ocidental agradeceu o que considerava ser a defesa dos seus valores.

TRUMP, apesar de ter cursado West Point, nao é  um belicista e nem sequer reflete a imagem do soldado americano disposto a morrer em terra alheia. O negócio dele é o bem-estar de outros como ele que, por sua vez, dao trabalho aos que nao tiveram essa sorte e precisam ganhar a vida, e nao o negócio das armas, embora reconheça que elas sao indispensáveis à defesa do património e dos valores de que acredita ser a ‘Great America’ representante no mundo.

A perseguiçao movida a Trump pelos Democratas, difundida pelos canais noticiosos de origem por demais conhecida, pretendendo dar ao mundo a imagem de uma América de intransigente nível moral, está dando dela uma imagem de gente ruim que nao suporta a derrota – mesmo quando a alternativa era uma infeliz Hillary Clinton –  e recorre a manhas e artimanhas inconcebíveis, algumas tao desfazadas no tempo e envolvendo gente de duvidosa credibilidade que só a aturada e persistente investigaç\ao dos poderes que dominam a comunicaçao social e se empenham na descredibilizaçao de todos os que vendem como ‘comunistas’, ‘nazis’, ‘racistas’, ‘xenófobos’, extrema direita’, ‘extrema esquerda’, tudo sem outra argumentaçao que vá além de medos ancestrais para os quais só Freud terá encontrado explicaçao.

O boicote levado a cabo pelos ‘democratas’ – de todas as origens e expressoes menos do ideário democrático – à governaçao de Trump roça o ridículo. Chamar uma prostituta a depor sobre as intimidades que terá tido com Trump – e decerto com muitos mais… – e condenar o facto de ele ‘eventualmente’ lhe ter pago o serviço e o silencio sobre um facto que jamais pertence ao domínio público, ou aceitar como válido, 36 anos depois do facto,  o depoimento de uma mulher que nos seus tempos de adolescente ‘curtiu’ com um colega agora chamado por Trump a ocupar  pela sua competencia um lugar cimeiro na área da Justiça é algo de vergonhoso pela sua dimensao persecutória.

Trump tem como pessoa  uma série de defeitos. Uns próprios da sua condiçao social, outros que sao características próprias da sua personalidade. É desbocado, mostra pouco respeito pelos que nao perfilham as suas concepçoes, e, sobretudo – e isso é capaz de acabar por lhe sair caro…- é exímio em fazer inimigos. Por muito que o poder o atraísse. e já tinha bastante, Trump trocou uma vida repleta do que, pelo menos para ele, ser\ao os prazeres da vida por um cargo que só lhe tem trazido dissabores e pode mesmo conduzi-lo à ruína.

É pouco ou nada inteligente avaliar o valor de um homem no desempenho das suas funçoes misturando nele a sua vida intíma, especialmente quando nao resulta daí nenhum prejuízo ligado às funçoes que foi chamado a exercer. É difícil, ainda que possa resultar de ignorancia dos factos, acreditar que Trump se serviu de dinheiros do Estado para financiar a sua campanha. Podemos perguntar-nos isso sobre outros que nao ele, sendo que, curiosamente, ninguém parece ter-se questionado sobre o tema.

Os States sao inegavelmente uma grande Naçao, de uma multiplicidade de variantes de tudo quanto é mundo, que difícil  se torna fazer projecçoes sobre o futuro. Contudo, conviria ao povo americano interrogar-se sobre aquilo que se está a passar perante o olhar do mundo.

A Lei e o Bem

Observar as atitudes comportamentais da sociedade que nos rodeia e nos integra ou rejeita de acordo com o que lhe é mais conveniente ou  considerado institucionalmente correto é, por mais morosa e persistente, uma das melhores formas de conhecer o mundo em que vivemos e  avaliarmos o que perdemos ou ganhamos com os seus juizos que, diga-se, raramente sao surpreendentes. A partir de uma certa altura começa a ser fácil divisar os quase certos finais de uma qualquer narrativa, conhecendo o modo como a sociedade resolve ‘saudavelmente’ os seus problemas de consciencia, recorrendo às atitudes que é ‘de uso’ tomar.

Os juízos sociais ou institucionais interessam pouco ou nada se tivermos em atençao que na maioria das lutas nos deixam sozinhos defendendo casos que nos caem em sorte e nos cabe defender  na medida das nossas sempre infimas capacidades – nem sempre usando os modos que  aprovaríamos mas os que estao ao nosso alcance (quem nao tem cao caça com gato…) – previamente a qualquer explicita acusaçao. Casos que se vao cozendo em lume brando nas mentes e acabam em turvos olhares de dúvida ou condenaçao que aprendemos a ignorar, mesmo sabendo a poderosa atraçao que conseguem exercer nos nossos mais fiéis.  Casos em que o direito natural, baseado no estabelecido como ‘bom-senso comunitário’, pesa o que poderá estar em jogo e, mesmo nao atacando explicitamente um dos pratos da balança, empenha-se na defesa do que pela sua dimensao institucional, e por tudo o que a ela está ligado, receia ver beliscado.

Aquilo que privilegiamos nos nossos juízos pessoais ou sociais é, para o mundo, da maior irrrelevancia. Como é irrelevante apelar a outra justiça que nao a divina porque entre nós e a justiça do mundo se interpoe uma quantidade inesgotável de argumentos, juizos, decretos, recursos e expedientes de que todos os dias temos exemplos.

Embora sejamos ensinados a confundi-los, Justiça e Leis pouco ou nada teem em comum. A Lei é cega – ou assim se pretende… – na sua aplicaçao ; a Justiça é racional, independente e humana nos seus juizos. A Lei pensa-se na capacidade, ou nao, da sua aplicaçao; a Justiça procura muito simplesmente identificar-se com a Verdade. E, porque a Verdade é inatingível pelo juízo humano, resta-nos, se tivermos a Graça de ter Fé,  o silencioso recurso à Justiça Divina onde todos os factos beneficiarao de uma outra Luz. E teremos paz, seja qual for o lado da balança em que pensemos colocar os intervenientes porque na Justiça divina a balança nao tem lados.

No conhecimento nunca suficientemente aprofundado da religiao em que fui baptizado, me fiz pessoa, baptizei e vi educar filhos e netos, privilegiei sempre, pelo seu caracter humano e positivo, as Bem Aventuranças  que Jesus nos promete  no Sermao da Montanha  à rigidez proibitiva dos Mandamentos. É nessa fé que vivo. Julgando sem condenar porque para cada um de nós, como pessoas, tudo está sempre em aberto. Só os grandes crimes de lesa-humanidade teem em si o seu desfecho. E esses ocorrem a um outro nível que justifica a intervençao da Lei que, por Direito, faz recair sobre a acusado o castigo considerado devido.

Bendito seja nosso Senhor Jesus Cristo que nos transmitiu tantas verdades que  capciosamente  ignoramos!

 

 

SOLIDAO

Creio ter nascido com este jeito de amar a solidao sem nela me sentir só. Desde que me conheço por gente que sempre senti necessidade de procurar o ‘meu canto’, canto que nunca é canto mas um nao-lugar onde em profunda paz mora o silencio. Nao um silencio qualquer, que o pensamento inquieta, mas um silencio em que nada de mundano tem lugar. Nem mesmo em Deus posso dizer que penso. Entrego-me a Ele e repouso. Leve, sem peso, como se só o bafo que dá vida sem que sequer do respirar haja consciencia.

Sinto-me bem assim, naquilo que tantos parecem temer. E nao me sinto só como tantas vezes me sinto entre a gente e carrego um desgosto, um pressentir de caminhos me inquieta como se neles se perdesse tudo o que nos identifica com o mundo a que insistimos pertencer e que parece recuar e dar lugar a um incompreensível e barulhento caos.

O meu Cristo é o do Jardim das Oliveiras. Quando penso, quando algo me acorda deste vazio repleto do Todo, onde nada me falta, a minha inquietaçao apercebe-se entao que todos dormem, que é loucura querer que estejam conosco, que é mal roubar-lhes o sossego, que cada um de nós carregará a sua cruz, sempre leve perante o peso sem limite da que Jesus nos deu prova.

A minha solidao é este estar entre a gente receando perde-la a ela, a solidao. Quando a pressinto invadida a minha reaçao é tomar a dianteira e encher de ruído e recriminaçoes o meu tempo. E como sao maus esses momentos em que entro em defesa do que me aparece essencial em mim e naqueles que amo!

O Amor também mora na solidao. Na solidao que se aprofunda na solidao do outro, que ali se inquieta na sua dor do que cremos ser a sua nao aceitaçao. A solidao é diversa em cada um de nós. O ponto de encontro é acolhimento em Deus. Há vidas que vivem dolorosa solidao antes que possam sentir que nunca estao sós, que lhes baste o amor que parece esperar-nos mesmo quando à volta nos falta gente com os seus gestos e palavras. Talvez porque o amor está em nós, porque somos nós a casa dele. A única exigencia do amor é compreender, é sermos permeáveis aquilo que sabemos nao ser de nós, ser capaz de nao o contrariar com o que nos assalta como um castigo humano, o único castigo que temos uma imensa dificuldade em aceitar.

Escutando a maravilhosa peça de Lizt, “ A Bençao de Deus na Solidao”, apercebemo-nos que a solidao é um lugar para lá de um caminho feito de harmónicos silencios e frequencias que encontram paz na presença de Deus em nós.

Nao creio que hajam técnicas nem magias capazes de nos retirar da condiçao de ‘sós’ sem que Deus nos conceda o abençoado repouso da solidao. Recuo por vezes no tempo, quando por algum motivo nao mereço o sono, e sinto-me a caminhar na areia, numa qualquer cena biblíca que invento para crer que a eternidade está presente.

Intelectualmente talvez me possam acusar de solipsismo, de desinteresse pelos outros que a seu modo carregam a sua solidao. Mas isso nao é verdade. Difícil será alguém tirar do convívio maior prazer do que tiro. Só que esta minha solidao é selectiva e, inconscientemente, afasta tudo o que nao tenha em si uma parcela de solidao que afaste o demasiado humano.  Quando isso se torna consciencia é um cansativo pecado que nos assalta intermitente até que recebamos como dom aquele preciso esquecimento. Que quando associado a algo que insistimos em nao querer esquecer é recusa e consentimento que só Deus sabe!

O pragmatismo germanico de Rui Rio

Rui Rio nao se desperdiça nada. Enquanto Costa se esfalfa de calçoes e mochila às costas por terras do interior,  Marcelo se banha em águas fluviais e marítimas e a Cristas apanha lixo em Cascais, Rui Rio tem andado muito calado, possivelmente tratando da adequaçao a uma UE pós- Brexit na qual à Alemanha caberá um papel preponderante.

Com a saída da Inglaterra como membro – ainda que por conveniencia mútua possa ficar como parceiro comercial preferencial ou  em igualdade de circunstancias com outros países nao membros – nao só nao restará no continente europeu um único país falante de Língua inglesa, como a influencia americana acabará diminuindo gradualmente.

Com a política de Trump, pouco ou nada virada para a globalizaçao, a Europa deixará também de poder contar com a participaçao financeira dos States numa série de organizaçoes e, last but not the least, o número das bolsas que fizeram a felicidade de tantos bolseiros será muito provavelmente reduzido, já que Trump cre nao ser do interesse dos States estar a formar nos seus centros de investigaçao cientifica e tecnológica que ‘tornam a América grande’ competidores, a troco de uma influencia na qual ele parece nao estar minimamente interessado.

Trump está tentando apostar forte numa desmilitarizaçao equilibrada nos países altamente investidores em armamento, convencendo-os – ou tal parece…- a investir num clima de estável de paz mundial que por eles poderá ser favorecido se, ao invés,  passarem a investir em bens que enriqueceriam os seus países e dariam comodidade e bem estar aos seus povos e, deixando de intervir militarmente em países alheios, favorecer populaçoes que sobrevivem miseravelmente.  Podemos duvidar do exito do projecto mas nao da sua sinceridade. Trump pode ser tudo mas nao é estupido e só por uma incomensurável estupidez um homem que tem negócios e bens espalhados pelo vasto mundo desejaria ver desencadeada uma guerra que lhe destruísse bens e negócios. Os Estados Unidos, habituados a uma bem sucedida economia fortemente arreigada ao armamento e, consequentemente, à disponibilizaçao de armas para várias zonas conflituantes do mundo, nao teem em Trump um seguidor, por maior que seja a incompreensao e a ira que isso gere dentro e fora dos States.

Nao creio que Rio esteja minimamente interessado na política americana, mas é bem provável que tenha previsto os dividendos que dela a Europa poderá retirar, com a Alemanha à cabeça, já que a França de Macron nao convence e os países do sul sofrem o desgaste económico de políticas mal concebidas para eles e ainda, em primeira mao,  o impacto dos fluxos migratórios que a situaçao geográfica atrai. Pior ainda se a Alemanha virar costas à Europa e tomar a Russia como parceiro económico privilegiado, agora que os States poem fortes constrangimentos alfandegários aos seus automóveis. A Russia, apesar de uma conhecida marca de armamento estar agora a fabricar automóveis, tem um enorme mercado e uma tentadora continuidade geográfica asiática.

Vá-se lá saber porque, Angola – amuada com o conhecido rigor da Justiça portuguesa e findo o consulado de José Eduardo dos Santos & família, que tao boas relaçoes mantinham com o estado portugues – terá iniciado conversaçoes e colaboraçao directamente com a Alemanha , dispensando a mediaçao portuguesa na Europa. Bem possível que outros países lusófonos lhe sigam o exemplo…

A  Europa  nao só está deixando de poder contar com os Estados Unidos como principal aliado e protector, como arrisca perder o Vaticano como sua capital civilizacional. “Roma” já nao é a referencia inquebrantável que foi durante tantos séculos e parece estar longe de ter capacidade para acompanhar as mudanças sem se negar a si própria.

ALIANÇA

Nao sei se o momento é certo, se a pessoa é certa, se valerá a pena a criaçao de uma nova  força política. Talvez até nunca esses factores se tenham conjugado por nao serem facilmente ajustáveis ao nosso temperamento. Mas a novidade parece ser louvável e oportuna.

Portugal é um país diferente dos outros países , sejam eles mediterranicos ou atlanticos. Começa por ser geograficamente díficil de caracterizar. Se por um capricho da Natureza se abrisse um fosso que o desligasse de Espanha Portugal seria uma ilha atlantica. Tal nao acontecendo ficou sendo uma extensa costa marítima, uma praia de horizonte ilimitado. Como ilha seria talvez semelhante à Gran Bretanha e a sua relaçao com Espanha seria semelhante à que se existe entre A Gran Bretanha e a França, o que obrigaria a uma política marítima essencialmente defensiva, nao apenas por eventuais problemas dinásticos mas, essencialmente, pela imperiosa necessidade de manter uma identidade insular.  Teria criado uma armada que lhe protegesse as orlas costeiras e que, simultaneamente, usasse para patrulhar o Oceano e, de caminho, para se apossar de tudo que lhe passasse no encalço. Só mais tarde, se uma Espanha condenada assim a uma situaçao semelhante à que coube a Portugal em relaçao ao Continente também se fizesse ao mar na exploraçao de novos mundos e de lá trouxesse “muito que contar”,  Portugal se atreveria com a sua armada pelas novas rotas na exploraçao de novas riquezas que engrandecessem e enriquecessem o seu isolacionismo.

A geminaçao peninsular nao só privou a Espanha de uma extensa orla costeira e lhe determinou um destino continental, como condenou Portugal a uma defesa territorial que só tarde, quando o cansaço e a ilimitada dependencia continental se provaram inevitáveis  , se apercebeu ser o mar o seu destino. Para trás ficavam muitos séculos de persistente defesa de um território tao ligado por princípios, valores e elos de sangue  ao que lhe fazia fronteira que de identitário só sobrava mesmo a extensa praia face ao Atlantico. O Mar marcaria para sempre a sua forma de existir, entre medos, partidas, chegadas, cobiçadas riquezas que se ficavam pelo litoral, ora vivida como farto entreposto mercantil, ora como local de concentraçao de competitivos luxos que um  rural interior fronteiriço ia alimentando de pao e de mao- de- obra.

Assim se criou um povo que se habituou a esperar e a servir, duas atitudes que povoam de indolencia a nossa história e que os que tiveram o arrojo ou a obrigaçao de sair levaram consigo. Os portugueses sao por tendencia um povo que espera, que se em circunstancias favoráveis espera sentado, como o fizeram à beira mar os antepassados. Se as riquezas nao chegam para que se serviam delas acomoda-se, afável e obrigado, a servir os que as possuem. Somos patrioticamente sedentários mas vivendo historicamente  entre migraçoes.

Chegados aqui, a hoje, ao presente , quando já nem pachorra temos para meditar sobre as liçoes do passado ou para alimentar a criatividade do futuro, fermentamos uma modernidade a que, ainda que sem vocaçao, nos sabemos obrigados. Recebemos a vitalidade oceanica do Norte e temperamo-la com  uma indolencia mediterranica que nos atordoa. Na verdade, apesar da honorabilidade da nossa história, continuamos a esperar que sejam os outros a dizerem-nos quem devemos ser.

À confusao histórica que de há duzentos anos a esta parte se vem abatendo sobre nós junta-se agora uma desastrosa ausencia de referencias religiosas, políticas e sociais. Exteriorizaçoes mais práticas, imediatas e simples de relaçao com o transcendente vao substituindo e polarizando a rigidez mediática que nos unia, importamos formas de gestao da coisa pública que nada teem que ver com as nossas características territoriais, eliminámos as elites. Contudo, acontece que é neste cenário que tentamos sobreviver  através de comparaços  que de facto nao existem. Nao somos a Grécia, nao somos Chipre, nao somos a Irlanda. As comparaçoes a que nos sujeitam sao meramente contextuais e exteriores; as comparaçoes com que nos consolamos sao fruto de caridosas escolhas que concedemos a nós mesmos para que nao perturbem a serenidade que consta como sendo a nossa principal virtude.

Nao sei se o aparecimento de um novo partido na cena política alterará alguma coisa neste influxo de incertezas e novidades com que com os seus imparáveis progressos o mundo nos contamina e subjuga. Creio, porém, que ele vem disponibilizar um espaço onde os descontentes – e sao muitos os que contrariam as estatísticas – possam assentar uma esperança. A “Aliança” nao virá por fim à pobreza , às injustiças, à ganancia , aos pregoes morais sem sustentaçao, à total liberalizaçao dos costumes, ao desprezo de uns ou à inveja de outros. Tudo isso compoe a natureza humana e se revela com maior incidencia em países pequenos onde os conceitos de ‘pátria’ e de ’naçao’ ,como unidade, os confrontavam foram perdendo o sentido. Mas virá certamente confrontarnos com o nosso descontentamento conformista, com as contradiçoes deste nosso jeito de nos lamentarmos por desabafo, de nos deixarmos levar pela facilidade do existente.

Santana Lopes é um homem com uma larga experiencia na política e com uma notável capacidade de expor a suas ideias. Bom será que deixe no esquecimento a imagem do ‘menino herói’ e assuma esse já passado  como uma curiosdade perante as provas dadas  nas posiçoes institucionais que ocupou. Tem com ele uma geraçao histórica que tem pelo menos a virtude de nunca desistir da tentativa de criar uma unidade em que subsista o melhor das nossas fronteiras históricas . Tem a seu favor um espírito jovem e uma aparente e elaborada ‘nonchalance’ que o poupa à arrogancia do Poder e à mediocridade do Populismo… tal como o entendo. Penso que terá sabedoria suficiente para se fazer rodear dos melhores, para sobrepor a amizades e favores o império da meritocracia. Os sinais dados sao ainda algo vagos mas suficientes para apontarem para importantes opçoes definidas através da presença de interpostas pessoas. Tendo em conta os últimos resultados eleitorais uma parte considerável do PPD/PSD estará com ele e, apesar de estável, o CDS nao vive um dos seus mais brilhantes momentos. Os monárquicos que a República, ainda relativamente jovem de idade e de senso,  nao matou, encontarao ali o seu espaço, o que fará diminuir o nível de abstençoes com que democraticamente se iludem as opçoes dos eleitores.Também a fama de jovem activista colada ao seu passado de militante decerto contagiará os jovens.

Continuemos na nossa praia à espera e com espirito de serviço à maior das causas que um povo pode ter.